=Conversas de Bar=

Assuntos despolarizados, desconexos, filosofias sem muito fundamento (ou com fundamentos, caso você tenha noção do que diz), minhas crônicas, crônicas de outros, poemas meus e de outros, desabafos, sugestões, crítícas, histórias de trem, do trólebus, do dia-a-dia ou puramente conversa de bar... Puxe uma cadeira e aprochegue-se!

quarta-feira, março 14, 2007

Cansaço

Não consigo te acompanhar
Tento correr pra te alcançar
mas seu rastro vai se apagando
e eu já não sei aonde pisar.
A cada tijolinho que acrescento em nossa construção
é sempre dois que você está a tirar com a mão.
Tento, tento, tento
faço de todo o possível para estar por perto,
para que carinho nunca venha lhe faltar
mas não acerto,
não acompanho seu desenrolar
e fico só.
Te espero, mas você nunca chega
e eu continuo a esperar.

Só sei me doar
enquanto sua ateñção está em outro lugar.
Reflito,
e chego à conclusão que devo mudar.
Quem sabe assim, te faço me notar.

Opostos,
enquanto eu te quero, você brinca
te procuro, você foge
me declaro, você silencia...
À cada vez que me esforço para tê-lo em minhas mãos
você me escapa para longe,
tão distante...

À mim, sua vida é tudo de importante,
seja seu trabalho, seu dia,
o carro que você queria,
o que pensa, sente
ou, simplesmente, o que nas férias você faria.

mas, se te procurando, Não posso te encontrar
e querendo, não posso lhe ter
com suas cartas passo à jogar
e te esperando, deixo de esperar
e te querendo, cesso de ansiar.

Quando puder ver-me
ou se quiser aparecer, não ligue,
não me circunde,
nem pergunte à quem me conheça.
Simplesmente, apareça.
Me faça uma surpresa.
Diga que estava passando, o dia tá uma beleza,
muito quente,
bom pra tomar uma cerveja.

Quando em seu tempo sobrar um segundo
talvez você se lembre de todo o meu sentimento profundo,
que te guardava em mim,
apareça e diga assim:
'que se lmebrou de mim'
certamente, eu vou lhe sorrir
e todos os abraços que não lhe dei
ainda estarão aqui.
Mesmo que, em diferentes sentidos,
sempre tentei te acompanhar.
No entanto, nesse caminho quase todos os
sorriso, beijos e abraços, confidencias, planos foram perdidos.

Agora me vejo indo em sua mesma direção
contudo, ironicamente sinto um aperto no coração
vendo-me cada vez mais distante,
crescendo entre nós um abismo gigante
que, talvez sim, talvez não
nunca venha a ser uma chance
para se construir uma ponte...

Dos beijos que, te dar, eu quisera
e de toda a produção que , em mim, eu fizera
(e você nunca viu)
de todos os abraços que meus braços cansaram de esperar,
de todos os carinhos que ardendemente desejei lhe fazer,
(e, no entanto, não pude nem tentar)
e as batidas que meu coração quis acelerar...
...restaram para mim as lembranças do que teria sido,
sentido, vivido...
Você nunca soube e, provavelmente, nem saberá
porque, enquanto eu te espero,
você só está a correr
e eu jamais sou uma opção do que você pretende ver...

(A.G)

1 Comments:

Blogger André Sant'Anna said...

Dói, não é?
Sabemos que até mais do que aparenta.
Tenho saudades, viu?
Bjos e c cuida.

9:34 PM  

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