=Conversas de Bar=

Assuntos despolarizados, desconexos, filosofias sem muito fundamento (ou com fundamentos, caso você tenha noção do que diz), minhas crônicas, crônicas de outros, poemas meus e de outros, desabafos, sugestões, crítícas, histórias de trem, do trólebus, do dia-a-dia ou puramente conversa de bar... Puxe uma cadeira e aprochegue-se!

sábado, dezembro 23, 2006

Curta

Estive pensando... Vocês já perceberam a ironia da situação: pra desligar o computador clicamos no botão "INICIAR"???????!!!!

Puxa...

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Mil e uma maneiras de comer

Ei, meu povo! Cá estou eu, novamente. Hoje afim de falar sobre algo inusitado, sobretudo partindo de mim.
Pensei em falar sobre machismo, política, culinárias, talvez sentimentos. Tudo muito clichê, e muito simples. Resolvi juntar tudo e fazer um bem bolado.
Estive eu confabulando com meus garfos e facas acerca do verbo (ou do ato, que seja) comer.
Sim, comer. Quero dizer: eu, que sou uma garota de Neanderthal, onde os mesmo homens que nos carregavam pelos cabelos (pura expressão de carinho de um gorila, ainda não lapidada) no processo evolutivo os mesmo passaram à abrir portas: do carro, da casa, do restaurante. Homens e mulheres jantavam à luz de velas antes de tudo acabar em pizza. (Esqueçam a pizza, eles já haviam jantado). Retomando: pra depois "fazer amor". Ou, simplesmente, sexo. Ok.
A comida foi pro estômago ou ficou lá, no prato do restaurante.
Hoje é uma comilança pra lá e prá cá, não sei como não dá indigestão.
Minha humilde, brega e tosca opinião: grosseiro, feio e deselegante homens que dizem ter comido uma mulher. Ops, desculpem a formalidade: um cara que diz ter comido aquela mina. Aliás, se me permitem, me dá nojo e vontade de vomitar (meu desprezo e minha última refeição).
É curioso que se você pergunta alguma coisa pro engraçadinho, ele diz que não se lembra nem do que comeu ontem, mas sempre recorda das mulheres que foram comidas na hora de contar (talvez, acrescentar) detalhes pros amigos...
Bem, vamos analisar gramatical e polidamente falando. Começo pelo cara, pelo comido ou pela mina? Pela mina.
Mina é um lugar cheio de tesouros escondidos. Hum... A gente não come, explora. Mas, peraí... se o cara dizer que explorou a mina, continua mal. Parece que catou toda a grana da pobrezinha e saiu vazado. Esquece a mina.
Indo pro comer e todas as suas variações.
Já vou dizendo que não entendo porque homem usa esse verbo, nesse sentido. Se eu estiver errada, me corrijam: como se chama a ação de "introduzir" uma garfada de arroz e feijão na boca? Comer?! Pois bem. Então, desse ponto de vista o "comer" é ir pro buraco de quem come, certo?! Logo: homem não come mulher, a mulher é que come o homem. Claro, à menos que sejam 2 homens, aí um deles é que é o papa-tudo.
Se homens não fazem a menos questão de ganhar pelo charme e sensualidade, pelo menos, tentem ser inteligentes e usem a cabeça (estou falando daquela outra, que deveria pensar). Simplesmente, quando dizem: "Comi fulana", em outras palavras você está dizendo que foi comido, degustado (não necessariamente apreciado, o que é pior) por fulana. Afinal de contas, você introduziu a sua "comida" através dos lábios dela (quaisquer que sejam eles. Ou... enfim...!)

Ok, ok. ok. Podem todos atirar tomates, vaiar e avacalhar. Ou então, àqueles que são mais pudorados, me digam que esse é um assunto muito delicado pra gente tratar assim, sem anestesia, nem um copo de pinga, fora do horário de censura.
Lá, de onde eu venho, delicadeza significa outra coisa.
Vivemos num mundo onde nem médicos tem a delicadeza de dizer à família de um paciente que ele não resistiu à cirurgia e pitou na curva, bem ali, na mesa de cirurgia. Separação de pais tendo filhos pequenos também não é um assunto delicado. Tocar na ferida alheia também não necessita de sutilezas. Tão menos, falar de um assunto desses, onde, na mais idílica e romântica hipótese é onde começa a vida.

Tá bem, tá bem... na próxima eu escrevo sobre culinária: "Mexa delicadamente, com cuidado, antes de comer..."

Aline Gobeti

segunda-feira, dezembro 11, 2006

"Dizem por aí..."

Venho eu, uma vez mais, interpelar meu caro amigo ou amiga ou amigos... enfim, você que está aí, à toa, sem nada melhor pra fazer, lendo minhas adoráveis porém inúteis palavras. Pois bem, não sei se já foi de seu reparo que sempre tem alguém dizendo algo, e pior: convencendo pessoas! Não importa se o mentirologista disse que vai fazer sol; "dizem" que hoje vai chover. E lá vamos nós com guarda-chuva debaixo do braço, no trem, aquele desconforto todo, mesmo debaixo do sol de 40º.
Você vai almoçar naquela lanchonete bacana, louco pra tomar um suco de manga com leite. Nem pensar, "dizem" que faz mal, sua mãe já te alertava, esqueceu?! E segurar tesoura em dia de temporal?! Nem pensar, você pode ser eletroculatado, é o que dizem.
Agora, pergunto eu, quem "dizem"? Quem são esses ilustres desconhecidos, portadores anônimos das 3º pessoa do plural?!
Seja lá quem for, devem ter um dom impressionante de oratória, sofistas natos, pra convencer sempre o mundo inteiro desta maneira.
Se "dizem" que o inverno vai ser o mais frio desde os últimos mil anos, então tá. Vai discutir com quem?!
Dizem é alguém muito esperto, sábio e deve ter uma lábia do caramba, porque "dizem" dita regras, moda, previsão do tempo, possíveis curas para o mal diário. Usar sapato vermelho com vestido verde, dizem que não combina. Você acha que chove, dizem que não. Cólicas? Menina, dizem que chá de losna é uma beleza pra curar cólicas!
A misteriosa entidade surge sob várias formas, como por exemplo: "os outros", "todo mundo"... Podem ser desde "fontes bem informadas" até "porta-voz do governo". Quem sabe, até uma alta patente do Exército. Ou apenas, um paparazzi.
Detentor de altas influências, transforma mexerico, fofoca em doutrina. O boato mais estapafúrdio é aceito como realidade quando alguém invoca essa autoridade desconhecida. E o que começou como uma fofoca se multiplica absurdamente ao ponto de se tornar um fato I-R-R-E-F-U-T-Á-V-E-L! Deve ser o cara que gerencia a Rádio-Peão...
O tal do "Dizem" devia ter um canal dirigido à donas-de-casa, porque de alguma maneira (que, sinceramente, eu desconheço) é sempre mais invocado por mulheres, do que pelos homens. Mais chegadas à fofoca? Ah, que idéia maaaaaaaais preconceituosa.
Não há limite para a extensão dos conhecimentos dessa fabulosa (e anônima) terceira pessoa do plural.
Há também os momentos em que dizem algo à seu respeito. Bem, aí a coisa começa à partir pro lado pessoal.
Nesse ponto, é melhor mesmo que eu neeeem saiba quem é o fulano, do contrário... a raiva vai me cegar e eu parto pra ignorância.
Pelo menos, é o que dizem.

terça-feira, dezembro 05, 2006

Chata pra comer

"Você conhece o tipo. Ela é uma graça de pessoa, excelente companhia para um cinema, para uma caminhada no calçadão, para uma balada dançante. Uma amiga querida. Mas não dá para convidá-la para almoçar na sua casa. É daquelas chatas pra comer.
A pessoa chata pra comer teve uma infância complicada neste setor: não comia nada. Criança que não gosta de legumes e verduras é normal, mas ela não gostava de cachorro-quente, não gostava de presunto e queijo, não gostava de banana, de doce-de-leite, de molho algum, nem de temperos, implicava com as cores e os cheiros dos alimentos, uma chata.
Deveria ter recebido, naquela época, os corretivos adequados, mas a mãe e o pai não quiseram se dar ao incômodo e agora está ela aí, adulta, simpática, bonita, inteligente, divertida, encantadora... mas chata pra comer.
A chata pra comer não consegue trocar de marca. Aos quatro anos de idade comeu um iogurte de determinada marca e nunca mais quis nem chegar perto de qualquer outra embalagem que não fosse aquela sua velha conhecida. Ela estranha muito os novos gostos, mesmo que a diferença seja imperceptível. E é assim com mostardas, maioneses, conservas, café em pó, sopas de pacote: ela é fidelíssima ao primeiro amor - quando há troca de nome ou fabricante, ela nem olha.
A chata pra comer é alérgica a frutos do mar. Implica com tudo que leve ovo. Tira todas as nervuras do bife, e também as bordas, não come as bordas nem do filé. A chata pra comer pergunta por ingredientes que ela não identifica. Tem cebola neste arroz? Tem champignon neste estrogonofe? Tem palmito neste pastel? Tem bacon nesta batata? Ah, então não vou querer, obrigada. Ela é muito educada, a chata. Ela também não come comida que seja regional. Sarapatel, carreteiro de charque, buchada de bode? Credo.
Ela é fã de cozinha internacional de restaurante, a ver: suprema de frango, massa aos quatro queijos, camarão à grega. Ela é alérgica a frutos do mar, mas de camarão ela gosta. Frutos do mar, pra ela, são aquelas outras coisas nojentas: lula, mariscos, mexilhões. A chata pra comer acha comida caseira sem graça. E o resto, sofisticado demais. Não gosta de nada muito apimentado, nem muito salgado, nem de carnes estranhas como javali, pernil e pato, nem de molho agridoce, nem de comida crua, nem de cozinha étnica. Junkie food, tudo bem, desde que sem picles e catchup. Pizza? Margherita, superoriginal. Sobremesa? Não é chegada a doces.
A chata pra comer ao menos bebe. Se não bebesse, seria insuportável. Mas ela não é insuportável: é gentil, espirituosa, culta, empreendedora, charmosa e, claro, sendo chatíssima pra comer, a desgraçada é magra"
(Martha Medeiros)

Conheço vários exemplares desse tipinho...!

sexta-feira, dezembro 01, 2006

Suprasumo

Caraca! O que me aconteceu de significativo hoje?! Bem, na premissa de antes de tudo primeiramente eu devo dividir com o caro leitor a minha grande descoberta da semana! Sim, eu descobri o que é "supra sumo" (além daquelas balas que vendem no trem!). Aí está um questão que me encafifava a idéia por aaaaaaaaaanos a fio e ninguém, nunca, teve a bondade de me explicar. Pois bem, ontem (ou anteontem?) eu ouvi (d novo) essa (ou essas?) palavra na música da Zélia e aê perguntei pra minha excelentíssima amiga Taty o que significaria essa palavra... Nas definições da própria é "O MÁXIMO DO MÁXIMO"!!! Cara, eu achei isso... o máximo! O supra sumo!!!!! Adorei!
Desde então, tudo têm sido o supra sumo, pra mim.
Aliás, antes que eu me esqueça: o "na premissa de antes de tudo primeiramente" foi só um exemplo de pleonasmo suprasumado.
Pois bem, no trabalho fui tentada à surtar infinitas vezes hoje. O supra sumo do stress. Mas tive o meu pé elogiado, o que foi o supra sumo da vaidade. Qdo chguei em minha terra natal, encontrei meu amigo Ándré (Bjos pra vc!) e isso significa ter um encontro supra sumo com uma amigo supra sumo! Nossa, cara, preciso dizer: adorei esse negócio de supra sumo! Pô, é o máximo do máximo, cê tá me entendendo?!
Ah, sim, esqueci de citar uma outra situação supra sumo, só que essa foi detestável, horrorenga, absurda. Pra quem não sabe, eu sou uma funcionária pública (a diferença com a maioria é q o meu salário não paga tudo o que eu trabalho, tá!). Pois bem, qdo uma das colegas do trabalho avista no jornal a RIDÍCULA CARTA-DENÚNCIA: algo que dizia que "além de aturar essas pessoas que não trabalham e não querem nada com nada, ainda temos que respeitá-los senão levamos 2 anos de prisão! Pq respeitá-loscom o risco de ser preso, quando eles não fazem nada?" Meu, perae... acho que eu não consegui chupar essa jaca (nem é manga, mais). Diversos erros ae, mas eu vou citar apenas alguns. Quer dizer, o respeito não se deve mais à todo mundo?! E quem é esse infeliz cidadão (ou cidadã) que se acha no direito de generalizar dessa maneira?! Aff, meu... "ide defecar na relva verdejante", tá me entendendo?!
Fale o que quiser; eu trabalho e MUITO. Mereço respeito como todo mundo (e é por respeito que eu não te chamo pelo nome que merece). Se o país tá um caos com falta de tudo, garanto que a culpa não é totalmente minha. Na verdade, td mundo tem uma parcelinha aê no buraco pra onde a gente tá indo. Ou será que já estamos nele?! Meu, será que a gente já chegou no fundo do poço e agora só resta esperar ainda o alçapão??????? Vixi.... aê acabou de acabar acabando...!
Bem, enfim, minhas descobertas, acontecimentos, reclamações e defesa estão feitas...

Putz... "pra que respeito?"....
Cara, supra sumo da indelicadeza....